Muito se fala, atualmente, em chavões como “A união faz a força” e “duas cabeças pensam melhor que uma”. Velhos ditos populares do tempo de nossos avós, redescobriram sua força nos ambientes profissionais. Nos últimos tempos, as empresas passaram a repensar a questão do trabalho em equipe, fazendo com que se pense novamente na necessidade de unir forças a fim de aumentar a produtividade e o crescimento coletivo e individual.

Com os programas de qualidade, esta forma de trabalhar voltou como uma onda muito forte ao cotidiano de muitas pessoas. Atualmente, é raro encontrarmos empresas em que não se exige das pessoas esse comportamento. Porém, para poder desenvolver essa metodologia de trabalho de maneira eficaz, um ingrediente fundamental é algo muito escasso nas organizações: o tempo. Isso é um dos primeiros elementos que faz com que pensemos na eficácia ou não do método: é possível trabalhar assim, ou será que a teoria jamais corresponde à prática?

Uma verdadeira equipe de trabalho precisa de tempo para que seus membros possam, por exemplo, ajustar suas diferenças individuais, sejam elas de percepção, de forma de trabalhar, de relações. Este é o primeiro passo para o caminho em direção à produtividade da equipe; quando uma equipe amadurece, estas diferenças são colocadas a serviço do coletivo. O primeiro amadurecimento necessário também para a efetivação desta prática é o amadurecimento individual: se o profissional não estiver suficientemente ciente de suas necessidades, das dificuldades e do árduo trabalho que esta prática requer, ele não estará preparado para integrar esse tipo de programa.

Além deste aspecto, o verdadeiro trabalho em equipe implica em uma organização interna de papéis, recursos e dinâmica de funcionamento, acertos de convivência, grau de autonomia decisória e relações com o líder. As equipes de trabalho representam um campo própício para que se desenvolvam e apareçam verdadeiros líderes. A liderança é um outro fator imprescindível para que se possa trabalhar em equipe: em qualquer grupo, com qualquer finalidade, sempre há alguém que se sobressai profissionalmente. Portanto, esteja sempre preparado para desabrochar enquanto líder ou para acompanhar o desenvolvimento de um colega que irá demonstrar essas habilidades.Procure não invejar, mas sim espelhar-se nele.

Para chegar ao estado de produtividade ideal, é importante que a equipe separe periodicamente um espaço e um tempo para realizar alinhamentos: das expectativas, das relações, dos conflitos, das individualidades em direção aos objetivos e aos resultados. Desta forma é mais adequada a construção daquilo que se denomina “pactos de convivência” entre os membros da equipe. São condições, expectativas e percepções individuais explicitadas e negociadas em relação à situação em que a equipe se encontra, ou deseja chegar. Construir um pacto deste tipo implica, portanto, em sentar junto com uma certa periodicidade e resolver questões essenciais, como, por exemplo:

•  definição de objetivos e metas

•  divisão de papéis e funções

•  ajustes interpessoais

•  resolução de conflitos

•  definição da organização do trabalho e dos níveis de autonomia

•  relações com o líder

Conversar é essencial. Não espere que uma equipe vá gerar bons frutos caso ela não tenha um contato frequente e não seja mediada por alguém. Um dos pontos mais legais desta prática é o fato de que os conflitos são gerados e resolvidos dentro de um mesmo contexto, o que otimiza relações e produtividades, pois geralmente dispensa a intervenção de terceiros.

São primordiais algumas condições básicas para o desenvolvimento de verdadeiras equipes de trabalho:

– Promover a discussão da missão, dos valores e dos limites dos indivíduos e da equipe.

– Conhecer os objetivos pessoais e profissionais de curto, médio e longo prazo de cada um dos integrantes. Saber para onde querem ir.

– Criar ambiente que favoreça, permanentemente, a confiança, honestidade, respeito, o diálogo e o bom-humor.

– Definir com clareza os objetivos a serem alcançados.

– Criar condições que favoreçam a transformação individual e da equipe.

– Desafiar. Nenhuma equipe sobrevive sem desafios.

– Permitir que a liderança seja democrática, escolhida preferencialmente pelos integrantes da equipe.

– Promover trabalho que agregue valor.

– Propiciar condições para que cada integrante possa assumir riscos.

– Conjugar os verbos na primeira pessoa do plural – NÓS. Abandone o individualismo! Pense coletivamente!

– Ter visão de futuro.

– Aprimorar constantemente as relações interpessoais.

– Focar nos resultados e nos relacionamentos.

– Conhecer as competências de cada um dos integrantes.

É claro que não existem métodos prontos e acabados para se seguir e ter sucesso – ainda bem, ou não existiria desafio nem competitividade, elementos indispensáveis à construção de uma carreira e de uma personalidade. Cada ser é único, e portanto, as equipes formadas pelos mesmos também. As verdadeiras equipes de trabalho são são formadas por pessoas, com objetivos, história de vida, necessidades e desejos diferentes, elas escreverão suas próprias condições e comprometidas organizarão as condições do jeito que melhor as satisfaça.

Se a prática do trabalho em equipe ainda não faz parte da sua rotina, vá acostumando-se à ideia: os tempos modernos certamente farão com que ela se apresente a você logo, logo. Esteja pronta, secretária executiva, para fazer desta prática um super meio de crescimento profissional e pessoal, partindo para a prática, sem rejeitá-la de imediato. Utopia? Vale a pena tentar!

Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, especialista em Língua Portuguesa e Literaturas pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - PR. Mestre em Estudos de Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina.





lampadaMulher
relacionamento interpessoal

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