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Traduzir é uma arte.

Pode parecer exagero, mas quem trabalha com tradução certamente concorda com essa ideia. Mais do que simplesmente “passar de um idioma para outro”, traduzir exige habilidade, sensibilidade e dedicação.

Parece simples, mas existe muita coisa a ser considerada antes de se traduzir. Veja algumas indispensáveis:

tipo de texto : Antes de iniciar uma tradução, é necessário identificar exatamente que tipo de texto está sendo traduzido. A linguagem utilizada em um relatório, por exemplo, é muito diferente da que aparece em um poema. No momento da tradução, é preciso manter o “tom” que foi utilizado no texto original. Por isso, a linguagem deverá ser adaptada para manter-se o mais próxima possível da linguagem do texto base.

público-alvo: É preciso saber quem será o leitor do texto traduzido. Se estou traduzindo para o diretor, para um cliente, ou para um colega de trabalho, por exemplo. Se o texto direciona-se a apenas uma pessoa ou se será lido por muitos. Precisamos saber quais são as necessidades da pessoa que terá acesso à minha tradução. Desta forma, a linguagem utilizada,e  mesmo o conteúdo do texto, deverá ser moldado para que a pessoa possa compreender eficientemente e para que tenha acesso ao que interessa.

Conteúdo: Muitas vezes, traduzimos um texto todo na intenção de encontrarmos uma única informação. Se  a pessoa para quem você estiver traduzindo está em busca de informações específicas, procure ser o mais breve possível: não é necessário colocar informações como data e nomes completos, se o que meu leitor espera é simplesmente o resultado de uma reunião. Procure poupar o tempo do leitor – e o seu também – inserindo apenas as informações necessárias.

Cultura – Um dos aspectos mais complicados – mas também mais fascinantes – do processo tradutório é a questão cultural. Imagine que sua empresa esteja enviando um convite a um cliente norte-americano para uma confraternização, realizada no mês de junho, com temática de festa junina. Os EUA não têm a tradição das festas de junho, e portanto, apenas convidar para uma “Festa Junina” não ilustra muita coisa… neste caso, o ideal é descrever a tradição cultural brasileira, para que não haja riscos de gafes.

Isto vale não só para o processo tradutório, mas para qualquer situação em que as diferenças culturais possam aparecer. Quando falamos de horários, por exemplo: brasileiro tem uma tendência natural a chegar atrasado em qualquer compromisso, enquanto os alemães são extremamente pontuais. Por isso, são diferenças que devem ser respeitadas.

Viu só? A coisa não é tão simples quanto parece. Um dos problemas é que a maioria das pessoas carrega uma noção de tradução incutida nas escolas, de que basta passar “do português para inglês”, “do português para o espanhol”. Para traduzir bem, é necessário também interpretar.

Já sentiu arrepios? Não gosta de interpretação, nem mesmo no português? Bom, é assim mesmo. Para traduzir bem, é preciso saber sobre o que se está escrevendo. Se você não entender os textos – nem o original, nem o traduzido -, é bem provável que outra pessoa o entenderá menos ainda. Por isso, antes de traduzir, leia e entenda o assunto, para depois querer que outras pessoas leiam aquilo que você escreveu.

Um bom dicionário para aquelas palavras que você esquecer também é fundamental!

Boas traduções, super secretárias!

Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, especialista em Língua Portuguesa e Literaturas pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - PR. Mestre em Estudos de Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina.





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