gramatica

Vamos falar um pouquinho das nossas regrinhas gramaticais?

Mais um dos “segredinhos” da língua portuguesa, a colocação pronominal é um daqueles casos em que muitas vezes não sabemos o que fazer. Você começa a escrever um e-mail para aquela diretoria e não sabe se o correto é “peço que me envie” ou peço que envie-me”? Preste atenção nessas regrinhas que vão facilitar sua vida:

O nome não é muito fácil, mas os casos em que usamos pronome antes do verbo (“me enviou”, “se convidou”, “nos vestiram” chama-se próclise. Fique tranquila, as regras são mais simples que o nome!

Quando usar o pronome antes do verbo?

– Em orações interrogativas, quando estiverem iniciando com palavras interrogativas, como “quem”, “qual”, “onde”.

Ex: ” Quem me enviou este e-mail?”

Quando foi que te pagaram?”

– Após palavras negativas (não, nem, nada, jamais, nunca…)

Ex: “A moça não se rendeu.”

Nunca me disseram nada sobre este assunto.”

– Após pronomes relativos (que, como, onde, porque, cujo, embora…)

Ex: “Trabalho para pessoas que me respeitem.”

“Assinarei a folha apenas quando me pagarem.”

– Após advérbios (agora, ainda, amanhã, talvez, porventura, logo, ontem, sempre, às vezes, demais, muito, bem, mal…)

Ex: “A menina mal se movia, de tanta dor nas costas.”

Amanhã lhe enviarão os papéis.”

Depois nos levarão para um passeio.”

– Após pronomes indefinidos (algum, alguém, tudo, todos, outro, vários, qualquer…)

Ex: “E assim, tudo se passa como eles querem.”

Alguém se manifestou durante a reunião, mas não deram muita atenção.”

– Gerúndios (verbos terminados em -ando, -endo e -indo), precedidos da preposição “em”:

Ex: “Em se tratando de organização, a secretária é autoridade no assunto.”

 

Esses foram os casos em que usamos o pronome antes do verbo. Agora, vamos ver os casos em que ele aparece depois do verbo, chamados de ênclise.

– Usa-se ênclise em início de frases:

Ex: “Disseram-me que ele chega hoje da Europa.”

Traga-me um copo d’água, por favor.”

– Após pausas, expressas na escrita por pontuação:

Ex: “Não teve remédio, declarou-se vencido e deu um bom aumento aos funcionários.”

” As horas não passavam: arrumou-se na cadeira e acabou dormindo.”

 

Lembramos que, na fala, nem sempre obedecemos a essas regras, pois a oralidade permite que tenhamos maior flexibilidade na comunicação. Porém, na escrita, o ideal é que sempre respeitemos as normas cultas do nosso idioma.

Uma ótima semana a todas as super secretárias! E escrevam cada vez melhor! ;)

Professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, especialista em Língua Portuguesa e Literaturas pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória - PR. Mestre em Estudos de Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina.





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