É 2014. Ano em que cada vez mais se fala de respeito e de valores humanos; época em que secretariado executivo é a terceira profissão que mais cresce no mundo todo. E acredite: ainda temos que lidar com assédio sexual no local de trabalho.

O assédio sexual no trabalho consiste em manifestações explícitas ou implícitas de intenções sexuais, sem que a vítima as deseje. Essa atitude pode ser falada ou insinuada, escrita ou através de gestos, pode ser chantagem ou em forma de promoção (por exemplo, desde que a mulher ceda).

É considerado crime, estabelecido pela lei número 10224, de 15 de maio de 2001:

“Constranger com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico os ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.” 

A pressão sofrida coloca a vítima em situações de extremo constrangimento. Algumas vezes a vítima “tolera” determinadas situações por medo de sofrer represálias, como ser transferida ou mesmo demitida.

Para evitar determinadas situações no ambiente de trabalho é preciso acima de tudo haver respeito entre todos os colegas de trabalho, independente da sua hierarquia. Evitar piadas masculinas, principalmente se houver mulheres no local. Fotos, piadas, comentários, devem ser evitados ao máximo, para que não se estimule a prática de piadas maldosas em relação ao sexo feminino.

Fui assediada, o que devo fazer?

– Primeiro: diga NÃO! Seja clara, objetiva e firme. Não aceite piadas ou qualquer coisa do gênero se isso a deixar constrangida.

– Conte aos colegas de trabalho o que vem sofrendo. Isso pode te ajudar e, na pior das hipóteses, eles serviram de testemunhas.

– Relate a sua chefia superior. Caso o superior seja o assediador, procure outro superior que possa te ajudar nessa situação.

– Procure o Sindicato da profissão na sua região.

– Faça um boletim de ocorrência em uma delegacia da mulher.

– Denúncia na Superintendência do Trabalho e Emprego da sua região.

 

A experiência sempre é traumatizante, como conta uma secretária executiva do nosso grupo, que acaba de passar por isso:

Super Secretária Executiva: Como essa situação começou? Que tipo de insinuações a assediador fez?

Secretária: Ele começou com a terapia do abraço. Estávamos eu e mais duas funcionárias na sala com ele. Uma delas o abraçou, eu não. Em outro dia, estava ajudando uma funcionária do financeiro e ele foi se despedir. Me abraçou e eu dei um abraço já saindo, ele diz “não não, é assim” e me abraçou novamente. Ele sempre vinha me abraçar, quando chegava ou estava indo embora do escritório.

Super Secretária Executiva: Ele chegou a te constranger com palavras?

Secretária: Sim. Fazia comentários como “que abraço gostoso” e a me convidar para ir ao cinema. E passou a me olhar de uma forma diferente, com um sorriso cínico. Certa vez ele me apertou tanto que chegou a tirar meus pés do chão. Em um desses abraços, quando fui até sua sala passar algumas informações pois ele iria viajar, ele tentou me beijar. Eu disse pra ele que estava demais essa situação, dei tchau e fui embora. Durante a viagem, ele me ligou, perguntou se estava tudo bem, como andavam as coisas e eu, por ser meu papel, perguntei se ele precisava de mais alguma coisa. Ele me respondeu: “O que eu quero, você ainda não pode me dar”. Daí pra frente, a situação foi só piorando.

Super Secretária Executiva: O que sentiu em relação a isso?

Secretária: Nojo, raiva, indignação, decepção. Fugi. Vi que as minhas saídas não estavam dando certo. Nada que eu falava, me afastasse, dava certo, então pedi demissão.

Super Secretária Executiva: Você vai fazer algo em relação a isso? Denunciar ou procurar o Sindicato?

Secretária: Vou sim. Vou procurar um amigo que é advogado para me ajudar que caminho seguir e fazer tudo certo. Não quero me prejudicar.

 

Não é uma situação fácil. Somos profissionais, mães, mulheres… que em casos como esse, têm medo e vergonha de contar a outras pessoas.

Mas não podemos nos calar jamais! Unidas, devemos lutar por nossos direitos.

Que às vítimas não falte coragem e força para punir os responsáveis; tampouco, auto-estima para recuperar a confiança que jamais deveria ter sido abalada por um doente e despreparado.

Ao assediador, o meu mais profundo desejo de “vai pro inferno, seu nojento.”

#maisrespeito

Founder do Super Secretária Executiva, Michele Tesser Pedroso é formada pela UNINTER em Secretariado Executivo Trilingue, desde 2009.





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